PROBLEMATIZAÇÃO

1º Como se desenvolve o ensino e a aprendizagem na alfabetização dentro do Sistema Penitenciário?
2º Qual a importância da educação na ressocialização dos detentos?

Objetivo Geral:
Apresentar como se desenvolve o processo de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos, no Estabelecimento Penal de Campo Grande MS.

Objetivos Específicos:

1° Esclarecer como ocorre o processo de ensino e aprendizagem na alfabetização de jovens e adultos.
2° Demonstrar a importância da educação na ressocialização desses jovens e adultos na sociedade, o sentido e o significado no aprendizado dos alunos.

JUSTIFICATIVA

O presente trabalho vem discutindo a temática Educação de Jovens e Adultos no Sistema Penitenciário. Por meio dele objetiva-se compreender como se desenvolve o processo de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos, no Estabelecimento Penal de Campo Grande MS. Mais especificamente: compreender como ocorre o processo de ensino e aprendizagem na alfabetização, verificar qual é o sentido da educação na ressocialização dos detentos. Segundo BEBER (2007, p.18, 19)
O conhecimento humano como meio indispensável para fundamentar e estabelecer relações inter e intrapessoais deve estar intrinsecamente relacionado a saberes diverso seja de ordem pessoal, social ou cultural. As exigências da sociedade do conhecimento postulam em sua totalidade, ações integradas à natureza dinâmica, por meio de estruturas flexíveis, para que o saber seja possibilitado e garantido de forma igualitária a todas as pessoas.

Nesta visão, Beber (2007, p.19) afirma ainda que… impetrar condições mínimas de dignidade por meio do conhecimento científico requer desenvolver ensino e aprendizagem que incorpore referenciais úteis para ações comportamentais benéficas.
Para tanto alfabetização de Jovens e Adultos se encaixa também aos alunos do Sistema Penitenciário e pode ser entendida como uma modificação sociocultural, a qual por meio da leitura e da escrita sua forma de compreender e fazer parte da sociedade modifica-se, a partir do contato com livros, revista e jornais, levando-os, a saber, o que possa estar escrito nos documentos, cartas, revistas entre outras possibilidades como ato de independência, e com determinação continuam lendo e se alfabetizando progressivamente a cada dia com idéias, criatividade e estimulados a estudar e trabalhar o que os leva a criar uma identidade própria com cidadania.
Segundo Gadotti (1979), a educação de jovens e adultos deve ser sempre uma educação multicultural, desenvolvendo conhecimentos prévios e fazendo sempre a integração na diversidade cultural, a qual leva o educador a conhecer bem o seu campo de trabalho, pois assim terá o conhecimento necessário para desenvolver projetos relacionados à educação com qualidade.

Sendo assim o educador que conhece bem seu campo de trabalho e tem conhecimento necessário para desenvolver projetos relacionados à educação com qualidade, leva os seus alunos a ter uma aprendizagem significativa, onde o importante seja fazer um novo caminho. Conforme Santos (2005, apud SALLA, 1999, p. 67) “… por mais que a prisão seja incapaz de ressocializar, um grande número de detentos deixa o sistema penitenciário e abandona a marginalidade porque teve a oportunidade de estudar”.

Beber (2007, p.20) afirma que:
Embora o Sistema Educacional Prisional Brasileiro tenha-se mantido distante por muitos anos da realidade sócio-cultural destes seres humanos, ou melhor, praticamente inexistente, estruturando um “Sistema Prisional coercitivo”, pensar uma “nova” estruturação educacional é possibilitar a estes indivíduos que cometeram/cometem delitos, uma forma de reeducá-los. Neste sentido a Lei de Execução Penal (LEP) nº. 7.210 de 11/07/1984 é explicita quanto à obrigatoriedade dos Sistemas Prisionais oportunizarem aos detentos condições de reeducação, reinserção e ressocialização.

Os alunos da Educação de Jovens e Adultos no Sistema Penitenciário, possuem histórias de vida diferenciadas, muitas marcadas pela exclusão social, buscam na educação a construção de novos conhecimentos e a reconstrução de conhecimentos já elaborados, o que requer métodos de ensino diferenciados dos tradicionalmente desenvolvidos nas escolas. “A fonte de maior valor na educação de adultos é a experiência do aprendiz” (FREIRE, 1987, P. 14). O espaço da Educação no Sistema Penitenciário tem então a necessidade de criar uma estratégia, didático, pedagógica diferenciada, onde a ressocialização esteja intrinsecamente relacionada ao processo de humanização, oportunizando ao reeducando seu retorno a sociedade em condições de convívio social.